Diversas organizações da região de Atacama chegaram com suas demandas locais a manifestar o repudio a diversos projetos industriais que ameaçam seus territórios. Cheio de cores, tambores e muita alegria o Pacto Mundial Consciente participou da marcha que abriu passo entre as ruas de Vallenar em direção a Praça de Armas com um ato cultural.
A presença de comunidades da região de Atacama marcou a diferença de outras oportunidades, já que se colocou um caráter local, comunitário e onde se evidenciou que são as comunidades locais as que tem o dever de defender seu território. No caso de Atacama é dramático já que as comunidades estão atualmente afetadas pela escassez hídrica, além da contaminação de projetos mineiros, energéticos e agroindustriais.
Foi o caso de Freirina Conciente, que se fez notar por sua alegria e criatividade para manifestar seu rejeição a Agrosuper, que contempla construir a planta abate de suínos maior do América Latina e que é produto da contaminação, o povo de cinco mil habitantes fechou a planta após manifestações árduas. Uma pessoa se disfarçou de porco, o que chamou a atenção dos assistentes porque pedia justiça para sua espécie que sofre em Agrosuper.
Também esteve S.O.S. Huasco que rejeita a instalação da Termoeléctrica Punta Alcalde devido a que estão sofrendo os negativos impactos de Guacolda, a geradora na base a Pet Coke instalada em Porto de Huasco.
Desde Alto da Carmen, comuna cordillerana da província do Huasco, baixaram diversas organizações que lutam contra os diversos projetos mineiros que se estão instalados nas nascentes do rio. “Água sim, ouro não”, era a consigna que unificava ao Comité Esperança e Vida, aos Diaguitas HuascoAltinos, na Pastoral Salvaguarda da Criação e muitos outros, entre eles a Igreja local que se fez presente com seus pastores abrindo as ruas de Vallenar.
Também chegaram organizações de Copiapó, como a Rede Ambiental Copayapu que rejeita a instalação da termoeléctrica Castilla e que rejeita a atitude do ministro da Corte Suprema, Sergio Muñoz, que busca fazer uma conciliação entre Castilla e o Povo de Totoral. Assim o manifestou Juan Morales, vocero da Red Ambiental Copayapu desde um caminhão confeccionado como uma termoeléctrica contaminante: “todo este humo é o que queremos evitar em nosso povo de Totoral, assim é que fazemos um chamado a Corte Suprema a que fale e no chame a uma conciliação, algo sumamente inusual, porque não se lhe pode por preço a nosso território”, retrucou.
A multitudinária marcha, de mais de 15 quadras, concluiu com um ato cultural na Praça de Armas com discursos das diversas organizações socioambientais. Os representantes e voceros fizeram um chamado a estar ativos e defender os territórios e, chamaram as autoridades a escutar as pessoas “porque o Valle do Huasco despertou, e não há volta ”, expressaram desde o ponto neurálgico de Vallenar.
Finalmente, diversos artistas se apresentaram para apoiar a marcha, entre eles Juan Carlos Labrín, Jaime Plaza e Evelyn Cornejo.
Abaixo algumas fotos da Marcha juntamente com o Pacto Mundil Consciente: